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A ciência por trás da carbonatação: saiba como a temperatura afeta o sabor

Descubra como a carbonatação e a temperatura podem influenciar na qualidade das bebidas.

Publicado em Fevereiro 29, 2024

5 minutos

A ciência por trás da carbonatação - Saiba como a temperatura afeta o sabor

Você já se perguntou por que as bebidas gaseificadas têm um gosto diferente quando estão geladas ou quentes? A resposta está na carbonatação, o processo de dissolver dióxido de carbono em um líquido.  

Neste texto, vamos explorar como a temperatura afeta o sabor das bebidas carbonatadas e quais são os fatores que influenciam essa percepção.

O que é carbonatação e como ela ocorre nos líquidos?

Carbonatação é o nome que se dá ao processo de dissolver gás carbônico (CO2) em um líquido, formando ácido carbônico (H2CO3). Esse processo é muito usado na produção de bebidas como refrigerantes e cervejas, onde as efervescentes bolhas ganham destaque. 

A carbonatação pode acontecer de forma natural ou artificial, dependendo de como o CO2 é adicionado ao líquido.  

Carbonatação natural:

acontece quando o CO2 já está presente no líquido, como na água mineral ou na cerveja artesanal, que produz CO2 durante a fermentação;
Carbonatação artificial: acontece quando o CO2 é injetado no líquido sob pressão, como nos refrigerantes e nas cervejas industriais.

Como a temperatura influencia na quantidade de dióxido de carbono dissolvido na bebida?

A relação entre temperatura e quantidade de CO2 dissolvido segue a Lei de Henry, que estabelece que a solubilidade de um gás em um líquido é diretamente proporcional à pressão parcial desse gás sobre o líquido.

Em termos práticos, isso significa que, à medida que a temperatura da bebida aumenta, a quantidade de CO2 que pode ser dissolvida diminui, e vice-versa. Isso ocorre porque a solubilidade dos gases geralmente diminui com o aumento da temperatura. 

Vamos explorar três aspectos principais dessa relação: 

Maior solubilidade em baixas temperaturas

A água retém mais gás carbônico em temperaturas mais baixas. Isso é evidente em refrigerantes e bebidas carbonatadas, que são muitas vezes mantidos em temperaturas mais frias para preservar a carbonatação.

Quando uma bebida é resfriada, as moléculas de água ficam mais próximas e têm uma maior afinidade para "segurar" as moléculas de CO2, resultando em uma bebida mais efervescente. 

Bebidas carbonatadas servidas geladas tendem a proporcionar uma sensação mais intensa e refrescante, pois o frio atenua nuances amargas e realça sabores mais sutis. 

Menor solubilidade em altas temperaturas

À medida que a temperatura da bebida aumenta, as moléculas de água se afastam umas das outras, proporcionando menos locais para as moléculas de CO2 se dissolverem. Isso leva a uma liberação gradual do CO2 da bebida, resultando em uma diminuição da efervescência.

Além de melhorar a experiência degustativa sob a textura da bebida, essa ação também afeta a forma como percebemos os sabores. Cervejas mais encorpadas, por exemplo, podem ser apreciadas em temperaturas mais altas, enquanto as mais leves pedem um resfriamento mais intenso.

Impacto na pressão parcial

Além da solubilidade direta, a temperatura também afeta a pressão parcial do CO2 sobre a bebida. Em sistemas fechados, como garrafas ou latas seladas, um aumento na temperatura pode resultar em um aumento na pressão interna, levando a uma dissolução adicional de CO2. 

No entanto, quando a bebida é aberta, a pressão diminui e o CO2 é liberado mais facilmente. Isso é particularmente evidente em cervejas artesanais e vinhos espumantes, onde a temperatura certa pode realçar notas específicas e complexidades aromáticas. 

Ao compreender como a temperatura afeta a solubilidade do CO2, é possível manipular a experiência de carbonatação, ajustando a temperatura para atender às preferências individuais de efervescência e sabor.  

Esse fator é muito importante para indústrias como a de cervejas artesanais, onde a temperatura de serviço desempenha um papel fundamental na apreciação das características únicas de cada estilo de cerveja.

O papel da carbonatação na qualidade das bebidas

A carbonatação é um fator essencial na qualidade das bebidas, pois afeta vários aspectos sensoriais e funcionais.

Quanto se trata das bebidas carbonatadas, a conservação é melhorada pela ação bactericida do CO2, que inibe o crescimento de microrganismos que podem deteriorar a bebida. A carbonatação também aumenta a solubilidade de alguns compostos, como o dióxido de enxofre (SO2), utilizado como conservante em algumas bebidas alcoólicas.

A influência no sabor

A carbonatação pode tornar as bebidas mais ácidas, pois o CO2 reage com a água e forma ácido carbônico (H2CO3). Esse ácido estimula os receptores de sabor azedo na língua e aumenta a salivação. Além disso, a carbonatação pode realçar ou mascarar outros sabores presentes na bebida, como o doce, o amargo ou o frutado.

A influência na textura

A quantidade de dióxido de carbono aplicado pode dar uma sensação de frescor e efervescência na boca, pois as bolhas estouram e liberam CO2. Essa sensação pode ser agradável ou desagradável, dependendo da preferência pessoal e do tipo de bebida. Algumas pessoas gostam de bebidas mais gaseificadas, como refrigerantes ou espumantes, enquanto outras preferem bebidas mais suaves, como sucos ou água.

A influência na aparência

Gases como dióxido de carbono e nitrogênio podem alterar a cor, a transparência e a viscosidade das bebidas. Por exemplo, as bolhas podem tornar as bebidas mais claras ou mais opacas, dependendo da concentração de gases e de outros ingredientes. As bolhas também podem criar um efeito visual de brilho ou de espuma na superfície da bebida. A viscosidade das bebidas pode aumentar ou diminuir com a carbonatação, dependendo da temperatura e da pressão. 

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